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Corpos velhos e a beleza do crepúsculo: um estudo sobre os (re)significados da corporeidade...


Resumo

O envelhecimento da população constitui-se hoje como um fenômeno mundial, assim, torna-se cada vez mais relevante o estudo que versa sobre os significados do corpo na velhice, bem como as políti-cas públicas destinadas aos velhos. Os objetivos do presente estudo foram compreender os significa-dos que os sujeitos dão ao corpo durante o processo de envelhecimento; analisar que tipo de estéti-ca os velhos atribuem aos seus corpos atualmente; investigar as mudanças corporais identificadas pelos sujeitos durante suas vidas. A fim de contemplar os objetivos com a profundidade que o tema e a metodologia demandavam, selecionou-se um Núcleo do PSBS em um bairro de Fortaleza, com um universo de 30 velhos, onde, para as entrevistas, tomou-se por base a amostra de seis participantes. Constatou-se, pois, que o corpo funciona como um marco do tempo e o marcador fundamental é a imagem do corpo jovem; e que a beleza do corpo velho, ressiginificada pelos participantes, não está atrelada unicamente ao padrão convencional, porém à questão da saúde, da vitalidade e, sobretudo, da sensação de bem-estar.


Palavras chave: velhice; corpo; estética


Abstract


The aging population is nowadays a global phenomenon, so it becomes increasingly important to study the significances of the body in old age, as well as public policies for the elderly. The aims of this research were to understand the meanings the individuals give to the body during the aging pro-cess, analyze what kind of aesthetic the elderly attribute to their bodies today and investigate the body changes of individuals during their lives. To face these objectives with the depth the topic and methodology required, we selected a nucleus in a neighborhood of Fortaleza, with a population of 30 elderly people, where, for the interviews, we relied on a sample of six participants. It was found that the body works as a time frame where its main mark rest on young body image; also, that the beauty of the old body, re-signified by participants, is not linked solely to the conventional pattern, but to the issues of health, vitality, and above all a sense of wellbeing.


Keywords: old age; body; aesthetics


Introdução: “Direito de amar”


O envelhecimento da população constitui-se hoje como um fenômeno mundial, uma vez que os números revelam o seu crescente aumento em relação às demais faixas etárias. O contingente da população mais velha nunca foi tão grande em todo o mundo e no decorrer de toda a história.A Contagem da População do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2009) mostrou que, nos últimos sete anos, a população do Brasil cresceu a uma média anual de 1,21%. No ano 2000, eram 169.799.170 milhões de habitantes, aumentando para 183.987.291 milhões em 2007. Especificamente, com relação à população velha brasileira, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2009, do IBGE, revela que o número de pessoas no Brasil com 60 anos ou mais chegou a cerca de 21 milhões. Considerando apenas as pessoas com mais de 75 anos (cerca de 5,5 milhões), os mais velhos no Brasil tomam proporções significativas.Mais do que nunca, o tema do envelhecimento da população brasileira tem merecido destaque especial nas pautas de discussões e deliberações de direitos específicos para os velhos –destacam-se a Política Nacional do Idoso (PNI) em 1994 e o Estatuto do Idoso em 2003–, porém os estudos ainda são considerados incipientes para contemplar as particularidades que o segmento demanda.


Da mesma maneira, considera-se importante justificar a terminologia adotada em todo o trabalho com relação à palavra “velho”, tão estigmatizada e pejorativa na sociedade atual. Porém, corroborando com as ideias de Rubem Alves (2006), e com autores especialistas em gerontologia social, entende-se que os vocábulos “idoso”, “terceira idade”, “melhor idade”, “feliz idade” são uma maneira de eufemizar (ou maquiar) esta fase da vida, trazendo à tona apenas a questão do “politicamente correto” ou do aspecto “legal”, desconsiderando, assim, o lado afetivo, poético e, sobretudo, real da palavra “velho”.Nesse sentido, esta pesquisa pretendeu responder à seguinte questão principal: Que significados sobre o corpo velho são produzidos pelos integrantes do Projeto em estudo? Visando complementar o problema de pesquisa, alguns questionamentos foram pertinentes enquanto estratégia de visão da totalidade: Como os sujeitos veem seus corpos na velhice? Existe uma estética, de acordo com as interpretações dos interlocutores da pesquisa, para o corpo velho? A partir do problema de pesquisa e das questões norteadoras, estabeleceram-se os objetivos geral e específicos do referido estudo:


Compreender os significados que os sujeitos dão ao corpo durante o processo de envelhecimento; Analisar que tipo de estética os velhos atribuem aos seus corpos atualmente; Investigar as mudanças corporais identificadas pelos sujeitos durante suas vidas.A escolha pela abordagem qualitativa deve-se a uma postura científica voltada para a compreensão de processos subjetivos, sejam grupais e/ou sociais que visam o estudo de indivíduos e de grupos através de seus discursos, costumes, tradições etc. (Minayo, 1998) A fim de contemplar os objetivos pretendidos com a profundidade que o tema demanda, optou-se pela História Oral Temática.


As técnicas utilizadas foram: levantamento bibliográfico, observação direta, entrevista.Com a finalidade de delimitar o campo de investigação para a realidade que se pretendeu apreender, o estudo da temática selecionou os velhos partícipes de um Núcleo do Projeto Saúde, Bombeiros de Sociedade (PSBS) desenvolvido pelo Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (CBMCE) através do Centro de Treinamento e Desenvolvimento Humano (CTDH) em Fortaleza–CE.




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